Quem contrata mal acaba pagando duas vezes
A busca pelo menor preço como critério único resulta em prejuízos financeiros e estratégicos para o cliente. E também para o fornecedor que não leva em conta a relação custo-benefício no momento da negociação.
Estamos vivendo no tempo em que os produtos estão cada vez melhores por preços cada vez menores. É o resultado do investimento em alta tecnologia das indústrias, que permite a evolução contínua dos ganhos de produtividade.
Contudo, quando se trata da prestação de serviço especializado, no qual o conhecimento é o principal insumo, essa máxima contemporânea não pode ser aplicada em sua essência. Sobretudo porque nesse setor, como o de soluções para internet, não se consegue ganho de escala, pois cada problema exige um diagnóstico único e uma solução própria.
Pela falta de clareza da diferença entre os custos de um produto fabril e de um serviço especializado, a decisão do contratante tem recaído, com muita freqüência, sobre o fornecedor que oferece apenas o menor preço.
Por outro lado, na tentativa de conquistar rapidamente o mercado, muitos prestadores de serviço caem na tentação do preço baixo, sem avaliar o escopo do projeto e os custos envolvidos. Esses comportamentos, entretanto, resultam, na grande maioria dos casos, em prejuízos financeiros e estratégicos para ambas as partes.
Os prejuízos mais comuns e simples de se perceber são:
1) Retrabalho
Quando o fornecedor é inadequado para a tarefa, criando uma solução que não atende. Ou até mesmo não entregando o que foi contratado.
2) Financeiro
Quando o trabalho que não atende tem que ser refeito por outro fornecedor, o contratante pode pagar duas vezes pelo mesmo serviço.
3) Tempo
Quando o tempo gasto para realizar o serviço pela segunda vez poderia ser usado para aperfeiçoar o serviço anterior, progredindo ainda mais na solução do problema.
4) Concorrência
Quando se perde tempo fazendo o que já devia está sendo aperfeiçoado, a concorrência pode crescer de forma irreversível no mercado.
5) Descontinuidade
Quando o fornecedor, mesmo ao apresentar uma solução adequada, não possui estrutura de atendimento para dar continuidade ao serviço, paralisando ou tornando inoperante o que havia sido feito.
6) Desgaste
Para o fornecedor que, além de não atender corretamente a demanda do contratante, tem prejuízo e pode sofrer desgastes em sua imagem no mercado.
Uma saída para a contratação adequada é avaliar a relação custo-benefício do serviço em questão e não apenas o preço. A avaliação das propostas apresentadas pelos fornecedores deve levar em conta, de maneira simples e objetiva, alguns pontos importantes:
1) Experiência
Observar se o fornecedor tem experiência comprovada por meio dos resultados obtidos em projetos semelhantes para outros contratantes.
2) Capacidade
Uma andorinha só não faz verão. Portanto, é preciso verificar se existe estrutura de atendimento no fornecedor e também no contratante, não só para desenvolver o projeto, mas para aperfeiçoar e complementar a solução com outros
conhecimentos.
3) Confiança
Experiência e estrutura de atendimento podem ser anuladas não houver seriedade e confiança entre as partes, mesmo que a solução seja viável tecnicamente.
4) Preço
O preço oferecido pelo fornecedor deve ser avaliado dentro de um contexto abrangente, não apenas pelo valor em si. Por isso, precisa ser compatível com a experiência, a capacidade e a confiança apresentadas.
Portanto, quem contrata mal corre um sério risco de pagar duas vezes. É o barato que sai caro, como diz o ditado popular. Nesse sentido, utilizar a relação custo-benefício como critério de avaliação de um serviço especializado pode até tornar mais lento o processo de decisão, mas permite melhor utilização dos recursos financeiros e obtenção do resultado desejado para todas as partes envolvidas.
Fonte : Webinsider
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